Imóveis usados puxam crédito imobiliário.
A melhora do mercado paulistano de imóveis constatada pelo Secovisp, que apurou um expressivo aumento de vendas entre maio e junho de 2020, encontra confirmação nos indicadores do crédito imobiliário, com crescimento de quase 30% em relação a maio e de mais de 50% comparativamente a junho de 2019. São sinais de que o mercado imobiliário tem um dinamismo superior ao da maioria dos setores econômicos.
Ainda mais importante, o crescimento decorreu das operações de financiamento de imóveis usados, que representaram quase 70% das aquisições nos primeiros seis meses de 2020. É o que antecipa as fases de retomada mais firme dos lançamentos, pois a maioria das famílias depende da venda do imóvel usado para adquirir o imóvel novo.
Dois fatos dão segurança à demanda de crédito imobiliário: a queda de juros, que permitiu a redução das prestações, e o recorde de depósitos de poupança, indicando que há fartura de recursos destinados à moradia própria para emprestar.
Numa previsão bastante conservadora, a presidente da Àbecip, Cristiane Portella, estimou que entre 2019 e 2020 haverá um crescimento de 12% na oferta de crédito imobiliário com recursos das cadernetas, ritmo de alta inferior ao do primeiro semestre. É provável que esse porcentual seja corrigido, para mais, nos próximos meses, mesmo atentando-se para o fato de que os segundos semestres são mais fortes para o financiamento imobiliário — ou seja, a comparação com 2019 se dará sobre níveis de crédito mais altos.